No universo digital, onde uma opinião circula o mundo em segundos, a liberdade de expressão vive um paradoxo inquietante: nunca foi tão fácil se manifestar e tão difícil fazê-lo sem medo. Para marcas, criadores e profissionais de Marketing, como o time da Evva Digital, a equação entre autenticidade e segurança virou um dos maiores dilemas contemporâneos.

Neste 14 de julho, Dia da Liberdade de Pensamento, o Tech Blog conversou com Alessandra Gazoli, fundadora da Agência Evva Digital, para refletir sobre como a cultura do cancelamento vem influenciando o ecossistema criativo e o que é possível (e urgente) fazer para reverter essa lógica de silenciamento.

O limite invisível entre opinião e auto-censura 

“A liberdade de expressão é a raiz da criatividade”, afirma Alessandra. “Quando profissionais deixam de criar por medo da reação, perdemos ideias, conexões e oportunidades”.

Segundo ela, o receio de ser mal interpretado tem levado marcas a se esconderem atrás de discursos neutros demais e isso cobra um preço alto. “O medo de errar tem silenciado vozes importantes e, no Marketing, onde conexão é tudo, isso enfraquece a mensagem e distancia a marca do seu público“.

Mais do que evitar polêmicas, muitas empresas têm deixado de se posicionar e, com isso, perdem uma chance real de se diferenciarem com propósito. Em vez de mostrar vulnerabilidade e evolução, optam por se omitir. 

Criatividade em alerta vermelho

O ambiente digital atual pode se tornar um freio para quem trabalha com ideias. Toda narrativa corre o risco de ser descontextualizada e viralizar pelas razões erradas e, quando o medo toma o lugar da ousadia, a inovação sofre.

“É claro que a responsabilidade é fundamental”, comenta Alessandra. “Mas responsabilidade não é o mesmo que medo. É possível comunicar com empatia e ainda assim provocar discussões importantes. Criatividade não nasce da censura, nasce da liberdade com consciência”!

O que vemos, muitas vezes, é uma onda de auto-censura travestida de “cautela”. O problema é que, nesse processo, muita coisa relevante deixa de ser dita e um Marketing que não ousa, não emociona e, principalmente, não transforma.

A responsabilidade começa dentro das marcas

Embora o cancelamento nas redes sociais precise ser combatido, é fundamental reconhecer que as marcas têm um papel crucial na construção de um ambiente digital mais saudável. Muitas vezes, campanhas são lançadas em datas comemorativas, sem qualquer relação real com os valores e a trajetória da empresa. Isso torna o discurso frágil e facilmente questionável.

“Responsabilidade também significa coerência entre o que se diz e o que se pratica”, afirma Alessandra. Ela lembra que campanhas sobre diversidade, por exemplo, só geram conexão genuína quando há uma base construída ao longo do tempo, com representatividade nos bastidores, posicionamento contínuo e diálogo verdadeiro com o público. “Não adianta praticar diversidade apenas em datas sazonais e esperar que isso seja suficiente. O público percebe, cobra e, se sentir incoerência, reage”.

Por outro lado, marcas que constroem esse alinhamento com consistência e coragem conseguem atravessar discussões sensíveis com mais confiança e autenticidade. Elas não precisam se proteger do cancelamento, porque estão vivenciando aquilo em sua cultura e ações.

Como quebrar o ciclo do cancelamento?

Alessandra acredita que a mudança começa na cultura das próprias marcas: “É fundamental construir ambientes onde o erro seja entendido como parte do processo criativo, espaços em que ideias possam ser testadas, ajustadas e, quando necessário, repensadas com maturidade. Tudo isso começa na cultura interna das empresas e, a partir daí, se reflete nas relações externas, fortalecendo a comunicação com o público”.

Ela reforça que educar o público e as equipes é tão importante quanto comunicar bem: “Na Evva, trabalhamos para ajudar marcas a encontrarem sua voz e a usarem essa voz com responsabilidade, sem abrir mão da autenticidade”.

Marcas que investem em posicionamentos consistentes, e não apenas sazonais, constroem uma reputação mais forte. Ao mesmo tempo, dar espaço para que os profissionais pensem fora da caixa, mesmo quando isso significa correr riscos, é essencial para manter a criatividade viva.

É na liberdade que a criatividade encontra propósito 

O futuro da liberdade de expressão no Marketing Digital será, cada vez mais, um ponto central de discussão. A ascensão da Inteligência Artificial, os filtros algorítmicos e a pressão por discursos padronizados tornam o ambiente ainda mais desafiador para quem deseja se destacar com autenticidade.

Mas é justamente nesse cenário que surge a oportunidade: se posicionar com verdade, criar com coragem e construir com empatia. O meio digital não precisa ser um tribunal permanente, pode ser também um espaço de troca, aprendizado e transformação.

“Se queremos campanhas que inspirem, precisamos defender o direito de pensar diferente”, finaliza Alessandra. “Liberdade e criatividade andam juntas e, o Marketing que deixa isso de lado, perde sua essência”!

Gostou da reflexão?

A liberdade de expressão e a criatividade são fundamentais para um conteúdo que realmente conecta. Continuar essa conversa é essencial para construirmos um ambiente digital mais autêntico e inspirador.

Alessandra Gazoli, fundadora da Evva Digital, convida você a refletir sobre esses temas e a buscar um Marketing pautado na autenticidade, empatia e no propósito!